É preciso criar bons hábitos. Mas como fazer isso?
Parte-se do princípio de que na natureza — e no nosso comportamento, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Lavoisier provavelmente não tinha problemas com maus hábitos, mas certamente deu uma boa explicação do que é possível fazer com eles: transformá-los em bons.
Isso porque no caso do comportamento humano, lembrar das consequências ruins que antigos hábitos causavam é um ótimo estímulo para não voltar a tê-los, certo?
Mas, como transformá-los? Temos algumas boas dicas para você neste post. E não se preocupe, não será uma aula de ciências, vamos falar até mesmo sobre hackear o sistema (do seu cérebro, calma). Vamos lá?
Por que criar bons hábitos
O cérebro é uma máquina perfeita: processa ao mesmo tempo racionalidades, emoções e outras tantas coisas diferentes que em determinado momento, começa a criar regras de programação.
É aí que aparecem os hábitos. Toda vez que alguém experimenta algo novo, faz uma série de avaliações, processa o aprendizado e internaliza aquilo que será valioso para situações seguintes.
Com aquela informação internalizada, sempre que revive algo semelhante, ativa aquele conhecimento já adquirido. A grande questão é que, com o tempo, o cérebro tem tanto domínio das variáveis daquela ação, que coloca sua execução no módulo automático, para poupar energia e esforço mesmo.
Se fosse apenas processos, tudo estaria lindo, alinhado e funcionamento muito bem, obrigada. Mas a questão é que junto das execuções, vem as sensações que aquela ação causa — antes, durante e depois.
Muitas pessoas tem o hábito de roer unha quando estão nervosas, por exemplo. Momentaneamente sua atenção é desviada para o ato de picotar o resto de alguma coisa que um dia foi chamado de unha na sua mão, e aquilo até dá prazer, mas, não resolve a fonte do nervosismo.
E aí entram dois pontos interessantes que justificam por que é necessário modificar hábitos ruins:
eles sempre têm como raiz um problema a ser resolvido; e
se já existe um hábito ruim que é executado de forma automática tão brilhantemente, o mesmo pode acontecer com uma atitude boa.
Certo, mas como fazer isso? Bom, podemos hackear o cérebro com planejamento, mudanças de comportamento, pensamentos e rotinas.
O caminho para melhorar suas atitudes e ações de rotina
O termo hackear só ficou famoso mesmo quando milhares de ações maliciosas e golpes pela internet começaram a ser praticados, mas to hack em inglês significa fazer uma modificação, o que no caso dos hábitos e paradigmas, é ótimo.
Aliás, paradigmas também são adquiridos ao longo de nossas experiências, ou seja, junto com a formação dos nossos hábitos, só que elas ficam no campo das ideias. Nós simplesmente não refletimos sobre elas, apenas continuamos usando como verdades.
É o que acontece com a forma de aprender. O modelo tradicional de ensino é aquele onde o professor fala e o aluno escuta, certo? Mas quem disse que ele é o mais eficiente? Você também aceitou ele como uma verdade?
Bom, um grupo de pessoas muito bem representada por Logan Laplante resolveu questionar e adotar o hackschooling como modelo de aprendizado. A ideia foi discutida e amplamente conhecida depois que Logan, com 9 anos, fez uma apresentação no TED Talks sobre o assunto. Vale super a pena ver, aliás.
E o que isso tem haver com o caminho para melhorar as suas atitudes e rotinas? Bom, a linha de raciocínio que pode ser seguida (não como uma verdade ou paradigma, mas uma sugestão, ok?!)
Comece fazendo uma avaliação sobre suas fraquezas
Não é que somos cheios de fraquezas, mas essa avaliação costuma ser rápida. Tudo mundo sabe quais são os hábitos que prejudicam seu desempenho, seja na vida, seja no trabalho.
Para falar especificamente dos hábitos ruins no trabalho, quantas pessoas não se declaram procrastinadoras? Ou detalhistas?
Cada um desses pontos precisa ser identificado, anotado e usado como referências para objetivos de melhoria.
Estabeleça pequenos objetivos para vencê-las
Partindo dos hábitos ruins, avalie quais as ações que levam até eles. Alguns procrastinadores, por exemplo, retardam o início de suas atividades por acharem que são chatas ou que estão em um volume impossível de ser executado.
Então, em vez de estabelecer o objetivo de “deixar de ser procrastinador”, é melhor estabelecer metas intermediárias que levem até o resultado desejado.
É possível, por exemplo, determinar que as primeiras horas de trabalho serão destinadas à organização do dia. Tudo que precisará ser feito e a qual momento deve ser determinado.
Organizar a agenda não solucionará todo o problema, mas será uma pequena vitória que motivará a seguir no caminho.
Não crie grandes expectativas nem se cobre demais
E sim, é um caminho, e às vezes haverá progresso, estagnação ou até retrocesso. Por isso, não é recomendado criar grandes expectativas ou cobrar grandes desempenhos logo no início.
Apesar de ser uma estratégia para hackear seu cérebro, ele é uma máquina perfeita, não é mesmo? Por sua valiosa energia, a tendência é que ele boicote inicialmente toda tentativa de mudar a rotina.
Inverta seus hábitos
Esse é um passo e também uma dica bem prática. Por isso, vou voltar nas pessoas que roem as unhas por nervosismo.
E se, em vez de roer as unhas, elas quebrarem o protocolo conscientemente e pintá-las? Não será um curto-circuito (#bugada) propriamente, mas o cérebro sairá no módulo automático para prestar atenção no que está acontecendo, certo?
Assim, se um freelancer precisa revisar um texto, por exemplo, mas está desatento e procurando os memes do momento na internet, pode parar tudo e começar a jogar sudoku. Ele ativará outra parte do cérebro que novamente sairá do hábito ruim.
Avalie e reconheça seu progresso
É possível propor inversão de hábitos para cada uma das atitudes que são danosas para a produtividade e atenção de um profissional e assim, depois de insistir, errar e recomeçar quantas vezes for necessário, é preciso revisar o progresso.
Nem sempre as medidas adotadas serão eficientes e outras estratégias podem ser tomadas. Porém, para todas aquelas que forem superadas, é preciso reconhecer e valorizar a vitória.
Isso fará com que a sensação de vitória também seja internalizada e que o hábito atual tem muito mais valor do que o antigo para você.
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