Estelita Rolim

Profissão no Brasil: escrevente de Cartório

Profissão nos EUA: Server (garçonete)

 

3 anos e 9 meses de América

 

Sempre trabalhei em cartório no Brasil, pois o cartório era da minha família (irmãos), mas acabamos perdendo em 2011 para o concurso público. Eu tinha uma vida muito confortável no Brasil. Passei de 2011 até 2016 viajando 4 a 5 vezes por ano para Orlando. Fazia compras e vendia importados no Brasil, que foi um jeito que encontrei de trabalhar com algo que eu também gostava muito que é vendas.

Em 2017 decidi com minha filha virmos tentar a vida aqui, pois eu queria que ela tivesse pelo menos um pouco do padrão de vida que eu dava a ela no Brasil, e eu sabia que iria conseguir porque sempre fui uma pessoa que nunca tive preguiça para trabalhar e nem vergonha de fazer qualquer serviço digno para dar o melhor para minha filha. E assim viemos para cá em 2017.

No início comprei alguns carros e coloquei para alugar para turistas. Nas altas temporadas aqui em Orlando, trabalhava para ganhar um extra na loja Perfumeland como caixa. Percebi que os aluguéis dos carros estavam me dando muito problema, pois eu era sozinha tomando de conta de tudo, foi então que decidi procurar um trabalho fixo.

Nunca tive experiência nenhuma como garçonete, foi quando minha filha foi para uma entrevista de trabalho no restaurante Gilson’s e fui acompanhar ela, e me perguntaram se eu queria trabalhar lá; falei que se tivessem alguma vaga para o caixa eu aceitaria, e a pessoa disse para mim que não como caixa pois eu tinha perfil para garçonete, então topei na hora o desafio.

Logo em seguida fui também convidada para trabalhar como funcionária fixa na loja Perfumeland e aceitei na hora. Foi um período árduo, pois cheguei a ficar 3 meses sem um dia de folga trabalhando muito e estudando, pois nessa época eu ainda tinha que ir para a escola todos os dias pela manhã. E confesso que tudo isso foi um grande aprendizado para mim, pois hoje trabalho no kingdom sushi (o melhor restaurante brasileiro de sushi) e amo o que eu faço: ser SERVER (garçonete).

Uma vez me perguntaram se eu não tinha vergonha de encontrar alguém de Fortaleza que me conhecia na época que eu tinha cartório, e respondi que jamais terei vergonha do meu trabalho, pois essas duas palavras PREGUIÇA e VERGONHA de trabalhar com qualquer trabalho digno, não existem no meu dicionário.

Hoje posso dizer que venci e estou podendo realizar todos os sonhos da minha filha com a ajuda de Deus, do meu esforço, da minha família e do meu marido. Como sempre digo: eu não sou a dona do mundo, mas sou a filha do Dono … Deus!!!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

1 × 4 =